segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

DESAMORES...

                                                                                                                                     
                                                 DESAMORES...
                                                                                                  


                                                    
                Tristes dissabores esses desamores que nos ferem a alma e o coração, tornando plúmbeo o nosso viver!
                Não importa o objeto a ferir, não importa o grau do afeto, não importa o motivo ou a razão, pois todas se resumem em desamor ou quem sabe, em morte de uma ilusão de amar!
                São afetos que surgem ao longo do viver, alguns nos dão justamente a esperança de alegria nesse viver por vezes inglório e cheio de desamores, vazio de bem querer!
                A razão nos consola, nos diz mesmo a queima roupa, quão tolo é esse sofrer, que a culpa é nossa e o desencanto, fruto da nossa imprevidência, da nossa teimosia em sonhar!
                A razão, ah! Essa razão tão racional e lógica, tão morbidamente sagaz nos chama de “burra velha”,de “tola carente”, nos acusa de erigir estátuas de pés de barro só para vê-las se desmoronarem e vir a sofrer!
                Essa crua razão nos manda crescer e interagir com seres humanos, apenas humanos e não esperarmos do outro, a fantasia dos contos de fada, das histórias infantis!
                Nada é tão nítido, tão delimitado, tão apenas bom ou simplesmente mau.
                Não são os sentimentos momentâneos e nem os momentos circunstanciais que se mostram púmbleos, nublados, pesados como chumbo, são todos os momentos, todas as pessoas e quem sabe, até nós mesmos que temos todos os nuances do cinza!
                O amor perfeito é flor e efêmera, não há como elegê-lo ou a qualquer outro afeto ou amizade, como precioso bem eterno!
                Ilusões, frutos da nossa carência, até da nossa preguiça de crescer ou da covardia de encarar a realidade nua e crua da vida, do ser e do interagir.
                São tão mais confortáveis e agradáveis essas ilusões dos mundos maravilhas, são tão cor de rosa, amenas, reconfortantes e acolhedoras, que nos fazemos crianças brincando de gente grande!
                Gente grande, na verdade, quando descobre as falhas do objeto dos seus afetos, age como gente grande, dá colo, puxa as orelhas, ralha ou mostra amorosamente o caminho, podendo inclusive se afastar, se for o mais oportuno.
                Gente grande não se deixa endurecer, nem se reveste de calos ou calosidades como armaduras, ou  cicatrizes troféus e muito menos se apieda do próprio ser, não choraminga e nem pranteia interminavelmente o luto do desamor!
                Gente que é grande ou simplesmente gente segue em frente aprendendo a amar, curtindo o bem querer e cultivando afetos, jardins de bem e mal quereres, apreciando a beleza e perfume de cada flor, de cada afeto ou momentos do viver.

                                                      Mariza C.C. Cezar
                                                                                            

                                                                                                            

         
                                                 

8 comentários:

Flávio Tallarico disse...

Minha cara amiga: crônica belíssima, mas que tem, no final, uma dura realidade com a qual temos de conviver:" Gente grande não se deixa endurecer, nem se reveste de calos ou calosidades como armaduras, ou cicatrizes troféus e muito menos se apieda do próprio ser, não choraminga e nem pranteia interminavelmente o luto do desamor!" Muito bonito.

Madô Martins disse...

Muito precisa a sua leitura da vida, montanha-russa de sentimentos e sensações. Obrigada por me incluir entre seus leitores. Beijo.

Madô Martins disse...

Muito precisa a sua leitura da vida, montanha-russa de sentimentos e sensações. Obrigada por me incluir entre seus leitores. Beijo.

Jouvana disse...

Os desamores, a ilusão, o tempo passa e a gente aprende a seguir , a reamar a recriar , a ensinar e a buscar a beleza dos momentos de viver...

Mariza C C. Cezar disse...

Obrigada a ambos leitores e amigos, Flavio Tallarico pela presteza e apreciação tão simpática sempre e Madô Martins, alem da gentileza obrigada pelo incentivo sempre tão simpatico! Abraços Mariza C.C. Cezar

Unknown disse...

Mariza querida, eu me vejo em voce nesse seu teimar em querer ser criança, visto que o mundo infantil é tão mais leve, inconsequente que o dos adultos. Parabéns pelo texto.
Cida

Mario Sebastião Bonitatibus disse...

A alma Amiga, é -por ora- não sofre, mas, revestida das vestes carnais, muito lhe pesa!

Ercy Longo disse...

Minha querida amiga, com perfeição, você conseguiu definir nesse belíssimo texto, a única certeza que podemos ter na vida: a impermanência. A impermanência do ser, dos amores, das amizades, das aparentes zonas de conforto na vida, enfim, de tudo. E a grande beleza do ser humano, o que o distingue de outros seres, é justamente reconhecê-la e continuar em frente, sempre!