quarta-feira, 28 de outubro de 2015

ALÉM DO TEMPO




                                                                         


                                                                   


                ALEM DO TEMPO!                                                      

                Essa novela está mexendo com minhas memórias!
                Muito mais do que lembranças, ela desperta minhas entranhas, toca as fimbrias do meu coração, o âmago da minha alma, desperta o cerne dormente que corre, levado pela corrente pulsante da vida que desconhece a intensidade do que carrega!
                E o que carrega é a vida esperando o despertar, o eclodir para finalmente ser!
                Dormente, latente, uma explosão de vida aguarda o reencontro para finalmente ser!
                Deixar de ser sombra, pano de fundo que amorfo, se confunde e despertando, reconhecer o reencontro e, na fusão se identificar! Em tamanha identificação, o encaixe, o completar e reunir histórias e ser, finalmente ser total e plenamente o ser amor!
                Finalmente viver e fazer história!
                Marcar o tempo, deixar mais, muito mais que apenas memórias.

                               Mariza C.C. Cezar                                                                                                                                                          


segunda-feira, 19 de outubro de 2015

DUAS CONTAS




                                                         


                           DUAS CONTAS            
                                                                  

               Dois holofotes, duas contas azuis a sorrir para a vida, a descortinar sonhos e registrar o cotidiano, e tanto olharam e embalaram sonhos, iluminaram caminhos e carregaram esperanças, tantos desencantos nublaram o que antes descortinavam, tantas lágrimas sentidas rolaram dessas contas, por vezes sem conta e sem contar o porque desse rolar contínuo e triste que os faróis foram se nublando e as contas desbotando, se tornando opacas, sem vida, sem brilho, surgindo aqui e ali uma jaça, tristeza ou acúmulo químico dos remédios da vida que amenizam aqui e castigam ali e assim, sob tênue gaze que esvanecia a realidade como se sete véus cobrissem sinuosidades e escondessem verdades, nudez ou resguardassem sonhos inconfessos, surgiu o risco, grave risco de a gaze se encorpar, de vez esconder o que havia por detrás do olhar e este opaco , baço , se vivo, morto apresentar-se-ia, o recurso foi a cirurgia, recurso moderno, quase indolor e hoje uma conta se dá conta que o mundo resplandece, brilha, tem luminosidade, claridade e volume que antes desaparecia sob as gazes que esparsas, se mantinham a enevoar a vida , impedindo o descortinar das cores e da vida! Hoje feita a cirurgia de uma, vejo como é bela a vida e como há esperança nela e no decorrer dos dias, a outra no entanto, colocada na ordem cirúrgica em segundo plano, baça, mostra a vida acinzentada, bege, encardida e se a outra com a lente , vê beleza esta triste pouco vê, mesmo porque sem óculos e as lentes a que se habituara, manca a visão , empobrece o descortinar da percepção.! Dia virá, tenho certeza que  sua vez chegará e aí haverá festa! Serão as contas, duas vestais azuis a rever a vida, descortinar mundos e abrilhantar o cotidiano e festejar o amanhã!                                                                                                                          

                            Mariza C C Cezar                               19.10.2015

domingo, 11 de outubro de 2015

SINAL DE FUMAÇA

                                                                                                                                                               
                          SINAL  DE FUMAÇA


                                                                                                          

                Tudo já foi dito, nada mais há por dizer, apenas formas de fazê-lo podem inovar, divergir.
                A linguagem escrita, falada, dita, cantada, contada, expressões delas, idiomáticas, sentidas, buriladas, rebuscadas, secas, sucintas, encolhidas, até murmúrios sincopados, engolindo sílabas mastigadas, outras surrupiadas pela mesmice  antropofágica que devora o cerne da vida ou da linha de raciocínio, seriam as diferenças possíveis.
                Que dizer então? Para que ou quem dizer o que todos já sabem ou não querem saber?
                O mundo é amplo, antigo e circular e seus movimentos rítmicos e cíclicos se renovam e reapresentam expressões, pensamentos, valores, modas com ritmos e roupagens customizadas, arrancadas do baú ou de fotos antigas, murais criptográficos, até a pedra roseta  pode surgir do nada despertando atenção, virando moda, conquistando adeptos salivantes e admirativos aplausos, claque organizada!
                Pensar está fora de moda, dizer do pensamento, que maçada! Pura perda de tempo!
                Brilhante é quem mostra o botão a ser apertado ou clicado e tudo já salta  pronto sem gastar saliva ou tinta e papel.
               Papel então! Crime! Papel é árvore!
               Esperemos pelo botão que substituirá o velho sabugo.
               Escrever...na areia e registrar com o clicar da moda, capturar o tempo, driblar o vento! Escrever sim, recados monossilábicos e que apoteose! Chegamos ou caminhamos para a maior expressão da criação divina!
              Transmitimos o que desejamos ou recusamos, são  vontades expressas em asteriscos! Progredimos!
              Ultrapassamos e deletamos tudo o que era perda de tempo, a comunicação se fez rápida e eficiente para os caprichos do ego. Atingimos o orgasmo intelectual com um mero clicar  de botão!
             Papo cabeça tem hora, não é para qualquer momento, o papo rola com alguns goles da redonda, uma puxada ou picada, momento beleza, mora!
             Sinais de fumaça? Sempre estarão presentes em anéis ou halos a evolar-se, não mais levando mensagens, mas nos levando a viagens, por vezes intergalácticas, não importa a dimensão! Externas ou internas e nada mais de palavras, todos se entendem como telepatas num viajar imenso!
           Que importa se essa viagem é devagar ou a divagar, cada um na sua e todos numa boa!
           Apoteose!
           Para que escrever?
           Fora de moda!
           Perda de tempo!
           -“To na sua e tu tá na minha mora!”

                                                 Mariza C C Cezar