sexta-feira, 7 de agosto de 2015

DONA ENIR.

                                                                                                                                               




                       DONA ENIR,
                                                                                                  

                                       Sei minha mãe que você abominava o seu nome, o achava pequeno, espremido, que antipatizava mesmo com ele e dizia em tom caricato, com uma pronuncia toda sua, que ele era Enirrrrrrr, um nomezinho antipático que suas irmãs mais velhas, como moçoilas pernósticas e sonhadoras tinham escolhido para a caçula de doze filhos, a “raspa do tacho”.
                                       Sei também que sempre que possível você usava: “Nina”, fugindo do nomezinho espremido e pretensiosamente romântico, pois suas irmãs mais velhas tiraram o seu nome do alfabeto particular da família materna, Escobar e que seu significado, nessa língua particular, quer dizer Amor!
                                       Minha mãe muito amada, eu gosto do seu nome, creio que ele sempre lhe caiu muito bem, pois se alguém no mundo poderia ser chamado de AMOR, esse alguém não poderia ser outra pessoa, só poderia ser você, mãe-amor!
                                       Você minha querida, povoa todas as minhas memórias como expressão máxima do amor, mãe amorosa, mãe dedicada, mãe leoa na defesa da ninhada!
                                       Sou a filha mais velha dessa ninhada de quatro, sendo duas meninas e dois meninos, e justamente eu, sua primeira filha, estive pouco, pelo menos para mim foi pouco, muito pouco tempo com você, pois você, minha mãe querida, acabou por forças das circunstancias priorizando os cuidados com minha irmã que nasceu  depois de mim, loirinha e de grandes olhos verdes, enquanto eu cedia aos encantos do tio Luiz e da tia Tita, seus e meus padrinhos de batismo e ainda seus de casamento, adoráveis tios-pais, pois você também cresceu na casa deles desde que, vovó ficou doente.
                                       Mãe minha, vida rica em idas e vindas da sua casa para a deles, da deles para a sua, e se esse ir e vir enriqueceu e coloriu minhas experiências desde  meus três anos de idade, também muito me furtou do seu carinho, do seu contato,porém do seu amor sei que não, pois sempre tive consciência dele, sempre me senti muito amada por eles e por você.
                                        Hoje minha querida Dona Enir, braba mãe guerreira e mãe carinhosa, mãe cuidadosa, zelosa, mãe-amor sempre! Hoje não estou aqui para dizer de mim, nem de tudo o que com você aprendi, hoje minha mãe amada, simplesmente quero lhe festejar, dizer do meu amor e saudade e para você cantar, nem que desafinadamente o “parabéns a você”!
                                       Não importa se você está em outra dimensão cósmica, eu a sinto junto a mim, você faz parte não apenas das minhas memórias, você está no meu DNA, assim como eternamente no meu coração e bem querer!
                                       Eu sou um outro você, e mais do que qualquer outro você ou ser, VOCÊ minha mãe amada, é e sempre será integrante e plenamente parte de mim e eu de você!
                                       Hoje seu filho caçula, o Luiz Antonio, me ligou querendo, ao falar comigo, festejar um pouco você, aliás isso é coisa que ele deve ter aprendido comigo, pois durante muitos anos, ligava para ele perguntando: “Luiz, sabe que dia é hoje ? Sete de agosto,aniversário da mamãe, a nossa leoa! Saudade!” e hoje foi ele quem fez isso, ligou para mim e juntos, festejamos um pouco você e compartilhamos as nossas saudades e lembranças.
                                       Por falar nele, hoje ele, o seu caçula, já é avô e também é pai mais uma vez, imagine que quis seguir o exemplo do vovô Jovelino, com 68 anos é pai de um lindo menino que agora dia 02 p.p, completou 09 anos! Coisa de louco, não é mamãe?
                                       Mãezinha, a família é grande, e você deve estar acompanhando mesmo de longe, o andar das carruagens e sabendo dos progressos e andanças de todos os da Célia e do Carlinhos.
                                       Então Dona Enir Moraes Camargo de Cerqueira Cezar, meu eterno carinho, e grande abraço, por este marco de vida que você deixou em nossos corações!
                                       Feliz aniversário!
                                       Beija-a sua filha


                                      Mariza C.C. Cezar                                                                                                                                   
                                                   


                                                  

4 comentários:

Suely Ribella disse...

Bela e emocionante crônica... linda homenagem que, só poderia mesmo partir de alguém com esse coração cheio de Enir, digo amor, ou dos dois que são um só e você, Mariza, descreveu tão bem...
Abraço, amiga... saudadinha de você...

Flávio Tallarico disse...

Só você Mariza, para escrever um texto rico homenageando sua mãe de maneira tão carinhosa e evocativa. Conseguiu passar para todos nós, um profundo sentimento de amor que só mesmo uma filha poeta poderia expressar. Parabéns amiga.

fortalezadeluz.blogspot.com.br disse...

Bela postagem em homenagem a sua Mãe ENIR alusiva ao seu aniversário 7 agosto, nota-se um profundo sentimento de amor filial e de ternas recordações da sua infância e adolescência. Parabéns tocante texto .
Receba meu carinho e fraternal abraço . Jerônimo Sales

Carlos Gama disse...

Ah, minha Amiga Mariza, esta declaração de Amor encheu os meus olhos d´água, tanta a emoção de compartilhar desses momentos lindos, dessas lembranças filiais tão espontâneas e desse transbordar amoroso tão intenso.
E, mais especialmente neste Dia dos Pais, quando eu leio, depois de ter estado entre aqueles que me são muito caros.
Obrigado!