domingo, 14 de setembro de 2014

INFANCIA

                                                                                                                                                   

                 INFÂNCIA
                                                                                                  


       No mundo encantado
       da minha infância,
       tudo era mágico
       lindo e perfumado,
       saboroso, colorido!
       Nada era trágico
       nesse mundo de criança.
       As cores mais vivas.
       O papo dos bichos,
       matraquear de amigos,
       divertidos companheiros!
       Frutos e flores em festa
       espalhavam cores e sabores,
       e um delicioso aroma
       docemente perfumado.
       Bastava seguir normas:
       Viver sempre contente,
       Sequer atravessar a fresta
       daquela mágica porta,
       Deixar o agradável nicho
       e entrar na terra torta.

                          Mariza C. de C. Cezar
                                                                                                                                    






terça-feira, 9 de setembro de 2014

TRISTEZA

                                                                                                                                                       

                                    TRISTEZA
                                                                                                   

       Não gosto nada de me prender ou sequer passar pela tristeza, seja ela profunda, superficial, momentânea ou mesmo mera passageira.
          Não sou triste, nunca fui e nunca pretendi sê-lo.
        Por certo tristezas ocorreram ao longo de minha vida como na de todas as pessoas, mas nunca as cultivei, pois por natureza sou alegre, bem humorada e gosto muito de viver como gosto também de conviver, confraternizar, de me relacionar com os íntimos e ainda com transeuntes ou pessoas as mais diversas encontradas nas filas a que somos submetidos no dia a dia, como nas várias salas de espera  em que se espera quase que indefinidamente.
        Se gosto de gente num geral, gosto também e muito da minha companhia! Sinto imenso prazer em conviver comigo entre as paredes do meu  “castelo” em que brinco de Poliana  me fixando menos nos aspectos negativos e muito mais no imenso prazer de poder ser finalmente, de me encontrar e me descobrir, regozijar e aplaudir!
        Por vezes ralho comigo mesma, me dou tremendos sabões e puxões de orelha, mas sempre com imensa ternura e não sem orgulho por ser quem sou e de gostar muito  de mim mesma!
        Dizem que de médico, poeta e louco todos temos um pouco e curto ao encontrar esses requisitos em mim! Sou normalmente louca e que delícia que é me permitir sê-lo! Médica no que tange à medicina holística, em suas várias modalidades, também já o fui e, por vezes ainda as exercito em mim. Quanto ao poeta, não sei se de pé quebrado, mas sempre serei desde que o seja em versos livres e nada piegas, pois amo o espontâneo, a liberdade de ser, sentir e dizer!
        No entanto ultimamente tenho me sentido desencantada, tolhida na liberdade de dizer, de me expressar, de falar e, não sei e não gosto do impessoal, dos resumos inexpressivos dos MSN tão em moda e ao gosto pobre da população de hoje!
        Não gosto também de ser tolhida em meu sentir e no expressar em palavras o que me vai na alma e no coração!
        Para mim a mordaça, o me fazer calar é quase o mesmo que me fazer morrer!
        Lágrimas correm dos olhos e da alma lavando a dor e o sangue que brota do coração!
        Sangue é vida! É a pura materialização da dinâmica energia em sua rotação elíptica que ao diminuir essa rotação vai se condensando até se materializar, entretanto conserva um ritmo, um batuque, um pulsar e correr, movimento esse que  anima a matéria advinda da baixa rotação e quando finalmente interrompe esse movimento, coagula ou se derrama, a matéria se torna inerte.
        Inércia! Haverá algo mais lamentavelmente triste?
        Tenho chorado e muito nos últimos dias a dor da alma e a do coração. Alegro-me, no entanto ao perceber que ainda luto contra a tristeza e se, de um lado procuro aceitar certas dolorosas limitações, de outro luto bravamente contra o condicionamento à inércia e ao entreguismo, pois os movimentos assim como as risadas são e dão vida!
                                Mariza C. de C. Cezar