sábado, 30 de junho de 2012

ESPERÂNÇA INGLÓRIA DE UM MOMENTO HISTÓRICO!


         ESPERÂNÇA INGLÓRIA DE UM MOMENTO HISTÓRICO!
Finalmente alcançamos

A tão esperada,

Ansiada democracia!

Aquela que se reveste,

Aos olhos do povo sofrido,

Com roupagens novas,

Com vestes tais!

De um auriverde colorido

Que, esse mesmo povo a agracia,

Com o título de: “A Nova Democracia”

Acreditando-a diferente

Muito menos subserviente

Aos poderosos e alienígenas,

Livre de mordomia.

Uma senhora forte,

Simples e de altivo porte

Intrépida e irreverente,

Mãe dos pobres e do povo

Aquela que com denodo

Defende, sem medo da morte

A sorte, o destino, a vida

Do povo, da terra,

Os destinos da população

E a realidade da Nação,

E com ela, com essa nova democracia

Esperam todos pela constituinte

Como se fosse uma nova magia!

Acreditam todos, com fé,

Que o passo seguinte

Resolverá todos os problemas

Solucionará num repente

O desemprego, a fome, a inflação!

Tão inculto é o povo,

Tão despreparado e sem informação

Que deposita, qual criança,

Sua força, sua esperança,

Naquilo que é apenas

O passo primeiro,

Um mero ensaio, um engatinhar

Que muito tem por se fortificar,

Para poder realizar

Seus propósitos, seus ideais

De vida e soberania,

Para este Brasil agonizante,

Por esta Terra dormente

Sob esporas e tacões,

Por este povo de anões

Que espera, num repente

Sem atentar á simbologia

Havida neste momento histórico,

Para já, hoje, no mínimo amanhã,

Um amanhã imediato,

Após o hoje, sem demora,

Logo em seguida do agora,

Vir a ser, crescer

De repente, sem atentar

Ao movimento heroico,

Da luta incessante,

Dura e inglória,

Daqueles que fazem a reforma

E que, com destemor pleno de amor,

Hasteiam a bandeira e, sem brincadeira

Sustentam a duras penas

Essa nossa Nova Democracia. 

sábado, 23 de junho de 2012

RESPOSTA A UMA ADOLESCENTE DE OUTRORA

                                                                                                  

             RESPOSTA A UMA ADOLESCENTE DE OUTRORA  

            Você me disse hoje, que queria uma estória de amor, sem se lembrar de que a história está repleta de desamor!

           Você queria ouvir falar de romances, de sonhos e de esperanças, por certo você se referia a contos de fada em que a bruxa má é sempre vencida pela fada madrinha, em que o príncipe encantado arrebata em seus fortes braços a gentil donzela e a leva ao país das maravilhas, onde se casam, tem muitos filhos e vivem felizes para sempre!

          Essas estórias nascidas da ilusão, são contos que se contam para embalar corações crianças, são do reino do “faz de conta”, são estórias que fogem da história, da história real, verdadeira, universal.

         Amor existe sim, o encontro de duas almas, o entrelaçar  de dois corpos, o amor doce e terno e a desenfreada paixão que arrebata e transporta a outra dimensão!

        Existe também o amor egoísta em que se ama  acima de tudo, ao próprio bem, ao próprio ser e, em que o outro é apenas pura e simplesmente, o complemento necessário, útil, indispensável ao equilíbrio do seu bem viver, como existe também e, muito ligado a este, o amor narcisista em que, se enamora do próprio ser, nada vendo ou percebendo, que não as sombras que da sombra o fazem resplandecer!

          Há ainda, o amor acomodação, gravação, em que se convence de amar para se poder crer e, o amor oportuno em que, mesmo inconscientemente, se estabelece um relacionamento de troca, de permuta utilitária, tantas outras formas de relacionamento existem sob o pseudônimo de amor!

         No entanto, não descreia dele, pois o Amor existe sim, em você, em mim, no próximo como no distante, no ar como no mar, nas coisas animadas como nas inanimadas.

        O amor é real, é vida, é verdade, é o que mantêm e sustem o universo, o verdadeiro amor, esse é o amor dádiva, humildade, compreensão, colaboração, é renuncia, desapego, é o que nos faz crescer, renascer, é a partícula  de Deus que há em cada um de nós, entretanto, você me pedira algo sobre o amor e sei que se referia ao amor romance e, devo dizer que ele existe sim, que é maravilhoso!

       Esse amor verdadeiro e maravilhoso que nos faz sonhar, esperar, vibrar, palpitar, que nos entusiasma e arrebata, que é a razão do nosso viver, é real, entretanto não espere que nele não existam percalços, alguns grandes ou pequenos desencontros, decepções ao longo da caminhada a dois.

      Não espere muito, mas creia no muito que ele é, pois o amor é a verdade, o que supera todos esses momentos tristes do convívio, crescendo e nos fazendo crescer enquanto se fortalece e aprimora, aprimorando e fortalecendo os seres que somos, unindo cada vez mais no bem querer, deixando de ser apenas sonho ou sensação, para ser a realidade e, na realidade a verdadeira união de dois seres.

       União de dois seres reais que aprendem aos poucos a se conhecer, a se respeitar, e a se amar.

        Seres que aprendem juntos o real significado do verdadeiro amor, mas para se chegar a encontrá-lo, cada um de nós, como também para nos encontrarmos a nós mesmos, passamos por algumas ilusões de amar, por alguma decepção de amor.

       O verdadeiro amor será único? Serão mentirosos os sentimentos de amor tidos ao longo dos anos? Não o creia, são apenas formas diferentes de amar, pois o ser que ama João, Paulo ou Maria, já não é o mesmo que vem a amar Sebastião, Pedro ou Josefa, pois se nós mudamos, mudam também as nossas necessidades, o nosso potencial de nos darmos, muda conosco o sentimento amor, esse que ao depois, cresce conosco num relacionamento a dois.                                  


sábado, 16 de junho de 2012

I A R A


                 IARA



          Era uma vez...não é assim que começam todas as estórias? Pois então, vamos lá:

          Era uma vez uma moça que podia se gabar de ter uma amiga, não que essa moça não tivesse outras, mas essa que merece estória, era uma amiga toda especial, amiga mesmo, amiga de verdade, tão amiga e tão real que se fez estória que passa para a história.

         Iara de “ar” altivo e sereno sempre dona, como poucas, de porte senhoril, seu semblante plácido e ameno transcendendo dignidade, caráter, personalidade e, seu olhar lúcido, arguto e descansado, a traduzir inteligência e bondade, tudo isso gostosamente temperado por ocasionais levantar de sobrancelhas, esboçando um leve “que” de ironia,  não a ironia maldosa que incomoda e vilipendia, mas sim aquela proveniente de espírito vivo que sabe observar e concluir, tirando de tudo a graça dos contrastes e o sabor do pitoresco.

       Sua tez, clara sabendo a limpeza, seus cabelos precocemente encanecidos, sempre curtos e graciosamente ondulados, seus lábios finos e bem feitos, vez por outra se abrindo em gostosas gargalhadas, em que se sente o prazer da vida e a vida da alma.

       Seu andar, sereno e sua figura algo roliça, sua voz amiga, sábia e esperta e sua loquacidade ágil e contínua, sabendo glosar e gozar, tanto quanto  amparar , aconselhar como incentivar, apoiar e também construtivamente criticar.

       Iara sempre coloriu suas prosas com erudição e simplicidade e seus papos amigos, indo dos mestres eruditos aos ditos comezinhos, populares e os próprios, sempre com muita propriedade e não pouca probidade.

       Dona de um peito macio, desses de mãe grande, que convida ao desabafo e promete reconforto, presença que sempre descansou e encantou quem teve o prazer de privar de sua companhia,  nunca muito  frequente mas sempre presente e, sua certeza maravilhosa dádiva, no mundo conturbado que se sente sempre, tanta falta de solidariedade.

        Iara, por incrível que pareça não é ficção e tão pouco tema fantasia para esta estória da moça que queria contar que tinha uma amiga em tarde chata e de dentro de uma repartição muito mais chata ainda!

      Iara existiu e existe ainda, na memória daquela moça que fui e ainda, na lembrança e nos exemplos que deixou em todos os que tiveram o privilégio de conhecê-la e privar de sua amizade e intimidade. 

  

sábado, 2 de junho de 2012

MOMENTO FUGAZ ( assim espero )


               MOMENTO FUGAZ

                 ( assim espero! )

         Sou humana e passível de falhas e dores!

         Então preciso dizer que estou ferida, triste.

         Estou magoada, ofendida, desiludida! Na realidade, estou decepcionada.

         De verdade, o que mais dói e incomoda, o que dilacera a alma, o corpo, ou o coração, não são os outros ou suas ações ou omissões, seus sentimentos, atitudes ou caráter, pois tudo isso se pode até compreender, encontrar justificativas, desculpas, atenuantes.

        Estamos viciados em amor, já faz parte da nossa natureza compreender, justificar, perdoar e “dar a outra face”, estendendo as mãos, mesmo quando nos tomam as pernas, os pés e invadam também nossos bolsos ou burras.

      Para essas faltas ou falhas alheias, podemos usar a lógica e o abraço ou ainda, cristãmente o perdão, não o magnânimo que nos engrandece e engraxa o nosso ego, mas o do fundo do nosso coração que acolhe, abriga, agasalha, recebe e aconchega, aninha.

      Mas volto a dizer: estou sofrendo e nem cheguei ainda ao estágio benéfico de ficar em um canto calmo, abrigado e quieto, como fazem os cães ou animais feridos que se isolam para lamber suas feridas até que vençam as sombras da dor e então, saiam desse abrigo-terapia, mais dispostos e mais fortes, renovados.

      Não, infelizmente ainda estou no estágio agudo da dor, sofrendo as agressões, os males da alma com reações inusitadas para mim, que nunca admiti ou concordei com a predominância da raiva que envenena e intoxica.

      Havia dito antes que estou ferida, machucada e principalmente decepcionada e, estou sim e o que é pior, decepcionada comigo!

      Fui eu que errei! Não que tenha passado a vida “dando pérola aos porcos” como ocasionalmente pensei ao longo da caminhada em momentos de pseudo lucidez, não foi isso o que fiz, acordei agora!

       O mais grave é que infringi o maior dos mandamentos, o mandamento do Amor!

       Amei a Deus sim, só que por vezes amei mais á onipresença de Deus no próximo, me esquecendo de amá-Lo em mim!

       Me perdi toda de amores pelo próximo ou pelos próximos, me esquecendo de que deveria amá-los como amar a mim e, consequentemente se não reconheci Deus em mim, se não soube amá-Lo em mim mesma, como poderia esperar esse amor do próximo, ou mesmo daqueles mais próximos a mim?