domingo, 28 de agosto de 2011

VERDE DE MATO

                       VERDE DE MATO



                        Que vontade de me embrenhar

                         No verde mato,

                          Sentir o verde que é vida,

                          Sentindo o cheiro de Deus!

                           Que desejo de luz e sombra!

                           Encontros de vida,

                            Em contrastes de adeus.

                             Que desejo de paz!

                             Paz que vibra

                             Em todos os cantos,

                             Em todos os pontos,

                              Neste verde de mato,

                              Que é mato e,

                               É Deus.

SENHOR GAVIÃO

                SENHOR GAVIÃO

                Quisera me chamar Gavião

                   Tal qual o meu ancestral,

                    Aquele bisavô materno

                    Homem afeito ás ervas,

                    Caboclo de outras eras,

                     Homem forte, homem bom.

                      Senhor de suas terras

                      De cultivo, pasto e matagal,

                      “botânico, químico e médico”

                       Que com amor cultivava heras,

                        Plantas as mais diversas,

                        Misturando-as e ministrando-as

                        Aos doentes seus,

                        Com amor e dom dado por Deus.

                        Suas curas correram léguas,

                        De sua “ciência”, foi o povo,

                        Aos poucos tomando consciência

                         E, as tropas, em cavalos, burros e éguas,

                         Do mais longínquo sertão,

                          N’um crescendo começaram a chegar.

                        Os homens pedindo, a rogar

                         Ao senhor daquelas terras,

                          A graça de aos seus doentes curar

                          E ele, homem de tantos afazeres,

                          Senhor de terra e dos seus,

                          Não pôde ou, não soube,

                           Por seus princípios cristãos,

                           Fugir ou, negar ajuda a seus irmãos

                            E, em amor e caridade,

                            Aquele senhor Gavião,

                            Homem direito e ás antigas,

                             Crente por formação,

                             Passou ás gentes ajudar,

                              Aos doentes curar

                              Com amor e dedicação,

                               Sem um mil réis cobrar

                               Em gênero ou espécie

                               Pois, o que fazia,

                               Fazia como uma prece

                               De amor e gratidão

                                Á mãe natureza,

                        E aquela beleza

                        Do dom que Deus lhe deu!

                        Dele me orgulho como ancestral,

                         Sinto carinho por ele e sua história,

                         De homem sábio, probo e bom.

                         Que Deus o tenha

                          Senhor João Crisóstomo Pires Gavião!


sábado, 27 de agosto de 2011

FESTAS JUNINAS


              FESTAS JUNINAS 
             Se a história registra a origem desses festejos como joaninos, se reportando aos festejos tão ao gosto de Don João VI, os usos e costumes da tradição popular consagrou-os como juninos, por se darem durante o mês de junho, mês do frio, tão propício ás fogueiras, aos quentões e outros quitutes típicos das zonas rurais e, aos frutos sazonais como os pinhões, por exemplo.
          Em junho se comemora, primeiro no dia 13 a festa do santo casamenteiro, Santo Antônio, e deve ser por essa razão que surgiram os correios elegantes, a barraca de beijos, as maçãs do amor, a quadrilha animada com cantorias e comandos em francês com pitoresca pronuncia em “caboclês”, quadrilha que na realidade é o séquito do casal de noivos animados e caricatos, acompanhados do padre, do Dr. Delegado com seu trabuco e, do pai da noiva.
          Deve-se aos festejos de Santo Antônio, os múltiplos sortilégios e sortes lidas nessa noite, para se saber quem será o eleito, o príncipe que virá arrebatar as moiçolas casadouras e salvar aquelas que temem ficar para “titias”.
         Quantos sonhos e suspiros acompanham promessas, novenas e outras práticas não ortodoxas ou cristãs! Quantos meninos Jesus roubados nessa noite, do colo das imagens de Santo Antônio, com a promessa de devolvê-los tão logo o Santo realize seus sonhados milagres de amor!
         A essas festas também se incorporam os bolos de fubá com uma aliança ou anel “perdido” no meio da massa, para eleger a próxima a se casar.
         Outros quitutes típicos como os milhos verdes e as pamonhas assadas, como as batatas doces colhidas das brasas, os doces feitos com cal, como os de abóbora madura, de batata-roxa ou branca, as cocadas de fita ou de coco ralado, os docinhos de cidra, os pé-de-moleques, rapaduras, paçocas e, os frangos assados recheados com farta e saborosa farofa, são comuns a essas festas e se apresentam também nas dedicadas aos outros santos.
 Dia 24 de junho é dedicado a São João, e essa costuma ser a noite mais fria do ano e geralmente, é em honra dele que se erguem os mastros com a bandeirola desse santo ali homenageado.
            Em minha sala tenho um óleo sobre tela que mostra uma pequena e despretensiosa casa de sítio, com uma porta e uma janela, pintadas em azulão, contrastando com as paredes caiadas e, nessa porta e janela da fachada da referida casa, estão afixados pequenos vasos de plantas com flores, algumas moitas e plantas ao redor dessa casa, algumas árvores ao fundo, um varal esperneando ao vento e, em primeiro plano, um mastro de São João ali fincado, pelo que me reporta a memória, pelo meu pai, em comemoração a esses festejos tão típicos e tradicionais da nossa cultura.
           São Pedro, o pescador, encerra tais festividades em 29 de junho e, como todas as outras, sempre ao som de uma sanfona, acordeão e, de uma viola amiga.
           Nesses dias a música e as danças correm soltas noite a dentro e, a todas confraternizam os senhores, empregados, colonos e vizinhos.
        Nos centros urbanos comemoram-se esses festejos, nos quintais, nos pátios das igrejas, nas praias, nos clubes sociais, nas escolas e, no litoral, em São Pedro, os pescadores lançam os barcos ao mar em procissão e, fazem oferendas ao santo, a quem entregam pedidos e promessas.
           Fui a muitas dessas festas, na roça, nos quintais de casa, em algumas igrejas, na praia, e na minha adolescência e mocidade, a muitos bailes de clubes em que me apresentava brejeiramente de caipirinha catita e festeira, mas nunca fiz tanto sucesso como quando, com todo capricho e vaidade arrumada, arrematei a caracterização, envolvendo um dos grandes dentes dianteiro e superior, em papel preto, recortado que fora do envoltório de agulhas de costura da minha tia e, quando alguém se aproximava para o convite á dança, eu abria um largo sorriso banguela.
         Não sei por que, quando dessas lembranças, me vêm á cabeça o sanfoneiro Luiz Gonzaga e também, Inezita Barroso, cantando “ no dia do meu casório foi um festão danado” e...” a marvada da pinga é que me atrapaia”...
          Rojões, foguetes, busca-pés, bombinhas, estrelinhas, traques de salão ou de velhas, fósforos de cor grandes ou pequenos, chuvas de ouro ou de prata e um céu estrelado como pano de fundo, rematam essas memórias festivas e regionais de uma tradição caipira e brasileira.

CAMINHAR

                                 C A M I N H A R
           Caminhar é apresentado como verbo intransitivo e, quer se referir ao ato de percorrer caminho, marchar, andar  sobre a terra firme, navegar ou velejar, sobre as águas, voar ou plainar pelos ares e, figuradamente quer dizer progredir, avançar e, aquele que caminha, que  exerce o ato de caminhar é chamado de caminhante, viajante, caminheiro, viandante.
           Caminhar é percorrer distância, ganhar e encurtar espaço, lindo, apaixonante pela idéia de conquista, pelo espírito de aventura, de enriquecimento e de poder que a experiência traz embutida no seu conceito e atitude.
           Ao ponderar sobre tal ato ou exercício me vejo confusa, pois, sempre que penso naquele que caminha, me lembro do Pero Vaz, o escrivão da armada de Cabral, aquele que poeticamente profetizou que “nestas terras, em se plantando, tudo dá” e, eu fico sem entender se o seu Caminha nos conta que ele era um viajante, na verdade um navegante  que andava sobre as águas ou, se apenas  seu patronímico se referia ao leito, á cama a que possivelmente, ele se recolhia algo enjoado ao balanço das ondas, enquanto percorria longas distâncias pelos mares, em busca de progresso, na conquista de distâncias e de outras terras e das riquezas que ali se encerram e então, ao encontrar este  gigante, extasiou-se com seus encantos e promessas e, principalmente por vê-lo ali deitado em berço esplêndido, com ele se maravilhou e se identificou.
            Caminhas que se encontram pelo caminhar, que se identificam e se reconhecem e se respeitam e se ligam no caminhar histórico.

SER CRIÂNÇA...


                                                 C R I A N Ç A


                                                Queria ser criança, menina outra vez, cheia de sonhos e esperança, de alegria por viver.

                                      Queria voltar á infância, brincar de amarelinha, sonhar em ser rainha, sonhar com uma aliança no dedo e um beijo nos lábios, com um abraço de garboso príncipe de reino encantado.

                                      Gostaria de poder brincar, rodopiar, correr, me identificar com as bonecas a quem vestia vezes sem fim para passeios imaginários e em programas vários, queria rodar pião, erguer casas e castelos de pedrinhas coloridas ou de areia no quintal, queria colorir desenhos enquanto viajava pelo mundo afora, pintar tigres, leões e borboletas, cantar canções de roda, de ninar, de sonhar. Eu queria voltar a ser menina de cachos, laços de fita, vestidinhos engomados com babados , pregas e rendas, usar meia de seda e sapato de pulseirinha, fazer reverência e passar por boa menina, linda, educada e gentil.

                                  Queria que me acolhessem ao regaço, me erguessem no espaço, me abraçassem com ternura, me envolvessem em ventura, me amparassem com amor.

                                  Eu queria tanto voltar a ser criança! Queria poder ter esperança, acreditar nos contos de fada, na vitória do bem e no premio aos bons!...

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

SÍNTESE DE VIDA

                             S Í N T E S E  D E  V Í D A
Que vontade de vida

Apreendida em espaços

Corridos, retos ou curvos,

De luzes e sombras,

Ao longo de estradas,

Eu quero varais coloridos,

Esperneando ao vento,

Em síntese de vida

Nas casas dos campos.

Paisagens sentidas,

Coisas pressentidas

Que agradam á vista

Em descansos de ser.

Eu quero correr

Em busca de mim,

Em busca de vida,

Estradas e campos.

QUANDO EU MORRER...

  


                  QUANDO EU MORRER... 
                 Quando eu morrer,

                 quando de verdade morrer,

                 com atestado passado,

                 óbito selado

                de firma reconhecida,

                oficializado,

                não vou dizer que:

               "não quero choro e nem vela",

               pois se vela de fato não quero,

               um choro real, sentido, daqueles

             que dizem de perda, de amor,

              de saudade, bem que eu queria

              mas, que adianta querer ou,

              dizer da vontade?

              De que  adianta preferir

             este ou aquele velório,

             caixão, flores sequer?

             Cemitério ou forno crematório

             quando por certo, nem quem do

             corpo se encarregue,

             quem o defunto carregue,

             a alma  a Deus encomende

            terei?

            De que adianta dizer

            Que gostaria de flores,

            das flores  que em vida

            não ganhei,

            que me agradariam saudades

        quando em vida ignorada?

       Que presenças sinceras,

       silêncios respeitosos

      encantariam minha alma,

     quando em vida não as tive,

    quer presenças presentes,

    quer sinceras, silenciosas,

   quer respeito, encanto ou

   mesmo alma?

   Que será do corpo morto,

   do defunto que em vida

   nada teve, como não teve

  na verdade e, de verdade,

  vida?

MATA ATLÂNTICA


                                                
                                             MATA  ATLANTICA

                                 Há apenas cinco dias daqueles dedicados aos índios, foi escolhido o tema  “Mata Atlântica”.Acaso? O Dedo de Deus? Irônica justiça de algum representante do inconsciente coletivo ou do Registro Acáshico, ou ainda um complô de espíritos da natureza diligentes e unidos representantes de algum conclave de seres dos mais diversos povos e tradições, sob a regência dos Devas criadores das formas e matéria, do Planeta, os verdadeiros pais da Mãe Geia ou Gaia?
                                   A natureza chora, o Planeta agoniza enquanto os tentáculos e máquinas destrutivas e poluentes desbastam as matas, drenam e poluem os rios como poluem e envenenam os ares, ao mesmo tempo em que derrubam e corroem os pulmões do mundo e em especial do nosso Brasil, se não o último, um dos últimos remanescentes verdes da Mãe Terra.                                   

                                    O espírito de conquista e de ganância do homem branco, ignorando as crenças e respeito dos antepassados celtas e seus Druidas, pela terra e pelas árvores que eram reverenciadas como verdadeiros templos ao ar  livre, o levou aos mais distantes rincões, a tudo conquistando, usurpando em desonrosa invasão em nome de suas Coroas e credos, num eufemismo de civilizar e catequizar , a se apropriar, escravizar, dizimar e expulsar os verdadeiros donos destas terras.
                                 Nômades, não por ignorância ou indolência, como quiseram rotulá-los os recém chegados invasores e posteriormente seus   descendentes. Os donos destas Terras, por ela tinham respeito e usufruíam de suas dádivas naturais, para a sobrevivência da tribo e, antes que esgotassem seus recursos, levantavam assentamento, para deixar que a natureza se renovasse em fauna e flora e na pujança do verde de suas matas
                            Praticavam os índios, a religião do amor e gratidão, chamando de irmãos os seres das mais variadas espécies que lhe proporcionavam abrigo, alimento e remédios, cada um cumprindo suas funções nos termos do espírito e vontade de Tupã, como em sua língua se referiam ao Deus-Pai de todos os seres e entes viventes, assim como do céu e da terra.
                          Hoje os índios dizimados, se encontram sufocados e marginalizados pela sociedade que aqui se formou e, seu habitat natural, quase que morreu, pois a Mata Atlântica está reduzida a quase nada, pouco resta do seu esplendor, e aqui, nesta Ilha de Santo Amaro, nesta Pérola do Atlântico, ainda temos a sorte de encontrar parte de suas verdes matas em estado semi-virgem e alguns condomínios que nos reportam ao Paraíso Terrestre com remanescentes de sua fauna e flora e com o mato e seu cheiro de Deus.
                        Abençoada Mata Atlântica que tanto nos encanta,  seduz e sustem!                         

domingo, 21 de agosto de 2011

ENGATINHANDO POR UM MUNDO NOVO...

Sapo coaxa                                     Árvores nuas
na pedra da lagoa                         atapetando o chão
lua redonda.                                  folhas vermelhas.



No guarda-roupa                         Uma luzinha
um confete perdido                      pisca-pisca no jardim
roupas de frio.                               o vaga-lume.


Á luz do luar                                  Ao ar volteia
estrela brilha no céu                     a borboleta alegre
de manhã, no mar.                        é primavera.


Mar em ressaca                             Sol escaldante
avança e assalta                             caminhando ás costas
ruas e casas.                                    segue a sombra.


Pressa de chegar                           Encruzilhada,
de o amor encontrar                     ao vento rodopia    
lençol desfeito.                               travesso sacy.


Gaivota pesca                                 Pomar cheiroso
corta os ares e o mar,                     árvores carregadas,
no bico troféu                                  um estilingue...


A pipa paira                                    O grilo canta,
a bola corta os céus                        da cama se levanta
crianças alegres.                              homem insone.


Na poça d'água                                Pela janela
brincam pés descalços,                   da fresta, o luar entra
cacos de vidro.                                 sonha a donzela.


O gato mia,                                        Na lua nova
grita na noite a gata,                        água vai e água vem
nascem gatinhos                              maré razante.


No pé o café,                                      Gato rajado
no bule água fervente,                     na cadeira dormita.
sorrizo largo.                                     Frio gelado!


Tatu bola                                            Dançam as folhas,
caminha e se enrosca                       ao longo da estrada
na palma da mão.                             cantam os ventos.



Estrada curva                                    Escuro breu
Um mata-burro á frente,                 um lampião apagado,
silêncio total.                                      um ronco e outro.

sábado, 20 de agosto de 2011

COMO DISASSOCIAR ALEGRIA DA FANTASIA?

                    Como desassociar a alegria da fantasia? Só enveredando pelos corredores da psicologia
ou da psiquiatria, ou percorrendo os meandros da culpa, ou das conseqüências da fuga das
responsabilidades, tão ao sabor de certas correntes filosófico-religiosas que remontam ás origens
judaico-cristãs ou ainda, retornando aos costumes patriarcais de uma história voltada ao peso das
obrigações e interesses econômico e produtivos.
                    Vemos então, que a alegria advinda da fantasia pode ser sacrílega, pecaminosa ou mesmo criminosa, por nos roubar dos interesses eclesiásticos ou econômico-financeiros, mas voltemos á fantasia, seja ela sinônimo de sonhos, fugas da realidade, conjecturas sobre um
futuro idealizado, projetos utópicos ou ideais, mesmo que sem alicerces, ou apoiados em meras quimeras do irreal ou da magia.
                   Saiamos do campo dos sonhos e entremos nas materializações de algumas fantasias e o que ocorre, quase que imperceptivelmente quando assumimos certas  personas, mesmo que no burburinho do cotidiano, como pode ainda acontecer, no momento em que criamos, no mundo das idéias e nos colocamos em campo para confeccionar em sedas, cetins, lamês, estopa, algodões de padrões os mais variados, mesmo os crus, com o auxílio de plumas e paetês, lantejoulas, espelhos e miçangas, cuidando dos mínimos detalhes que enriquecerão e tornarão realizável, ou realidade a fantasia que envergaremos e com a qual assumiremos o papel que nos dispomos viver por e, em fantasia.
                   Que delícia! Vestir uma fantasia e assumir o papel, a personagem que nos dispusermos a ser, mesmo que por momentos fugazes de um baile temático, de uma apresentação teatral ou de opereta, ou ainda por entre confetes e  serpentinas, as fantasias carnavalescas.
                   Quantas fantasias eu vivi! Quantas fantasias idealizei, compus cuidando dos mínimos detalhes para uma caracterização convincente e real, quantas fantasias me levaram, me ajudaram a compor uma personagem que fantasiei e encarnei, assumi com alegria intensa e imensa!
                   A primeira fantasia de que me lembro, foi de ¨Princesa das Tzardas¨lá pelos três anos de idade, essa me foi presenteada pelos mais velhos, mas ao longo da meninice seguiram-se outras e, da adolescência em diante, entrei ativamente no jogo de fantasiar, concretizar, incorporar e viver fantasias.
                  Ainda em menina, fui um jovem turco, essa de tantas, a única que não me deu plena alegria, pois o que eu fantasiara era com uma linda odalisca e, em razão das censuras maternas, fiquei com o mais próximo que tais preconceitos permitiram, mas empanada essa alegria, segui realizando outras e, fui por umas três ou quatro vezes, diferentes ciganas, havaianas, de saia de corda desfiada ou de sarongs então, foram algumas, bailarina de frech can-can, fantasma de ópera, pierrot e, em bailes temáticos, aqueles em que o traje pedido era  a rigor ou fantasia, dentro d   e um tema pré-estabelecido.
               Para esses bailes temáticos, criei e vivi tantas fantasias com as quais ganhei vários primeiros prêmios! Fui mexicana, baiana, hippie, apachinete e, sem o referido prêmio fantasiei ainda, no mundo das fantasias, como cinderela acompanhada e escoltada por um perfeito espantalho detentor do primeiro lugar masculino na premiação da noite.
              Tentas foram as fantasias e tantas as alegrias!
              E a fantasia de no dia a dia, assumir determinada persona, fazendo o gênero clássico ou esportivo, sexy,sedutor, intelectual, professoral, doutoral, estudantil, ingênuo, menina-moça, dona de casa, sociality, boa menina, tantas as personagens criadas, fantasiadas a partir de um conselho de velha tia materna que me disse um dia:- ¨minha filha, você não precisa se arrumar tanto! O homem  gosta de novidade e além do mais, a verdadeira elegância consiste em saber se apresentar em todos os momentos como a situação exige, um dia de sandalhinha baixa, outro de salto Luiz XV¨.
              Que conselho sábio! Deu asas ás minhas fantasias e proporcionou tantas alegrias!